Em 1995, nos primeiros dias da primitiva Internet comercial, ajudei a colocar a Folha de S.Paulo na Internet (a imagem mostra sua primeira home page). Ninguém sabia direito o que era aquilo ou no que ia dar. Alguns colegas até diziam que não passava de um modismo, que, em pouco tempo, ninguém mais falaria de Internet.
Hoje é fácil ver como eles estavam redondamente errados! Mas, lá atrás, investir no online foi uma tremenda aposta minha!
De lá para cá, a Internet e os smartphones se tornaram essenciais em nossas vidas e mudaram nossa relação com a notícia. Isso aniquilou antigos modelos de negócios e muitos veículos de comunicação quebraram.
Sempre que as pessoas encontram uma alternativa mais vantajosa (no que for), trocam pelo novo. Não importa se consumiam o outro produto havia décadas.
Isso também vale para pessoas: gestores mudam funcionários sem pensar duas vezes, quando isso lhes for conveniente, independentemente das contribuições que já tenham dado. A novidade agora é que, mesmo em cargos de hierarquia mais alta ou em posições criativas, a substituição pode acontecer por um sistema de inteligência artificial.
Você já deve ter ouvido falar que “ninguém é insubstituível”. Isso pode até ser verdade, mas não podemos meter todos os profissionais em um mesmo saco, onde agora também querem colocar a IA.
Um bom profissional não é aquele que sempre chega na hora e realiza suas tarefas com afinco. Existem aqueles que querem ir além de suas atribuições, que enxergam o mundo de maneira ampla, que conseguem unir sua equipe para resultados melhores e que antecipam as mudanças.
Esses têm um valor inestimável, pois veem o que seus colegas não conseguem. Em tempos que muito se discute se a IA roubará nossos empregos, tais profissionais estão muito à frente de qualquer um desses sistemas que, por mais incríveis que sejam, não têm a capacidade de transcender, pois são limitados a padrões que aprenderam com coisas que já aconteceram.
Portanto, apesar de ninguém ser insubstituível, a nossa criatividade nos dá uma vantagem enorme sobre aqueles que se limitam a fazer bem suas tarefas e sobre os robôs.
Para entender melhor o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho e como se posicionar diante disso, convido você a assistir ao vídeo da minha Pílula de Cultura Digital dessa semana.
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